quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sarnowskis em perigo! O fim do cafofo?

Desde o início da semana passada, passamos a enfrentar uma situação difícil, que hoje atingiu um ponto insustentável.

Segunda-feira passada, uma vizinha veio falar com meu marido, dizendo que os "nossos gatos" estavam conseguindo entrar no forro da casa dela; que faziam xixi lá; que quebraram telhas e pediu ajuda. Incoerentemente, dizia que "ajudava a alimentá-los, porque gatos grandes comiam muito". Meu marido disse que não havia a menor necessidade de alimentá-los, porque comiam ração de boa qualidade e em quantidade ideal; que algumas vezes encontrou mesmo em nosso quintal cabeças de peixe e ossos de galinha, que aproveitou para pedir que não lhes dessem mais, pois eram muito perigosos.

Digam-me: se alguém não quer gatos por perto vai oferecer-lhes alimentos que, embora inadequados para a sua saúde, vai atraí-los???

Passamos logo a imaginar o que fazer para solucionar o problema: cercar mais uma parte do pátio; prendê-los ali só à noite quando, aparentemente, era o horário em que "aprontavam"? E a Sarninha, que nunca desceu, nem se deixou tocar? E o Celha, nosso mais novo hóspede?

Hoje, ao chegar para o almoço, meu marido falou que a vizinha estava no pátio, aos gritos, dizendo que os gatos haviam feito xixi nas roupas que estavam sobre a máquina de lavar (que fica no seu pátio, embaixo de uma cobertura) e que ia "envenenar esses gatos"!

Além de um desabafo, este post é também um registro da ameaça sofrida e meu marido ficou de falar com essa senhora hoje ainda, comunicar-lhe que já começamos a providenciar a clausura para os gatinhos, mas que, se algo lhes acontecer antes de completarmos a obra, ela será processada, o que também acontecerá se tomar qualquer atitude contra Sarninha e Celha, que não conseguiremos prender.

Para quem não nos acompanha há mais tempo, ou talvez não se lembre, vamos tentar resumir a história dos Sarnowskis:

Em 2009, começou a aparecer sobre a laje de nossa lavanderia "um" gatinho, que meu marido apelidou de Sarninha. Só que "o" gatinho cresceu e ficou muito gordinho, até que em outubro daquele ano nasceram dois filhotinhos, embaixo da caixa d`água que fica lobre a laje em questão. Era um período chuvoso, mesmo lá embaixo estava tudo molhado e meu marido providenciou um de seus caprichados abrigos e colocou-o lá sobre a laje. Quase dois meses depois, quando já pensávamos que os gatinhos não haviam sobrevivido, pois não víamos ou ouvíamos qualquer sinal deles, os dois surgiram, fofos e lindos: Muffin e Luvinha (aquela foto da Muffin bebê que coloquei em nossa postagem anterior foi tirada naquela ocasião). Pouco tempo depois, os três: Sarninha, Luvinha e Muffin sumiram; descobrimos depois que estavam morando na casa da "gentil" vizinha. Quando retornaram, muitos meses depois, Sarninha e Muffin estavam grávidas e em outubro de 2010, com duas semanas de intervalo, nasceram mais duas ninhadas de Sarnowskis, em um total de sete gatinhos que, somados aos anteriores, completou uma família de dez Sarnowskis, que mantemos neste número até hoje.

Só nós sabemos o quanto foi difícil proteger toda a turminha miúda lá no alto; quantas vezes, quando começaram a se aventurar e ficaram presos no pátio de uma ou outra vizinha, tivemos que ir atrás; quantas vezes não queriam se deixar pegar; como meu marido criou uma abençoada escada para gatinhos: uma táboa comprida, com sarrafinhos formando degraus, nos quais colocávamos patezinho ou sachê como chamariz; enfim, inúmeras aventuras com final feliz e hoje todos continuam aqui, saudáveis e felizes e invadiram nosso pátio com sua alegria e carinho.

Quando comecei a fazer posts com os nossos grupos de gatinhos, mostrando o espaço que cada um deles ocupava, pretendia expor um dilema em que nos sentimos ao pensar em resgatar uma gata que surgiu em nosso caminho e que, felizmente,  São Chico e um bom coração ajudaram. Prometo que depois contarei essa história completa.

Pois bem, naquele momento não imaginávamos que mesmo a estrutura já existente iria sofrer tal perturbação. Sabemos que manter gatos livres, como os Sarnowskis, não é a solução ideal, mas o que podíamos fazer quando as coisas aconteceram? Em casa não havia espaço, nem como uni-los a outro dos grupos existentes (esta é outra matéria que pretendo estender futuramente); de início quase todos eram extremamente ariscos e, mesmo agora, não temos certeza de que se deixarão prender facilmente. São gatos livres e que amam sua liberdade, apesar de passarem a maior parte do tempo em nosso pátio; infelizmente teremos que prendê-los em um pátio telado que será de dimensões pequenas para nove gatos.



Quando ainda era só a Sarninha
Luvinha (à esquerda) e Muffin, bebês (final de 2009).
O bebê menor é da Muffin e o maior, da Sarninha (final de 2010).

 Atualização pré-publicação:

Ao chegar em casa há pouco, meu marido disse que conversou com a vizinha e que ela falou: "Imagina se eu ia matar os bichinhos; se eu fosse fazer isso teria feito quanto eram pequenos e caíam no meu pátio. Às vezes a gente diz coisas da boca para fora". Meu marido voltou a dizer para não dar cabeça de peixe e ossos de galinha para eles, que isso só servia para atraí-los e era perigoso. Ela falou: coitadinhos, fico com pena... 
Dá para entender???

12 comentários:

eva disse...

Que loucura essa história. Como entender essa pessoa? Gatinhos que vivem livres ficam mais sujeitos a essas loucuras e ameaças. Espero que consiga reuni-los em algum lugar. Vai que ela mude de idéia novamente.
Eles são lindos!
beijos

D´iulara disse...

Que horror!
Mesmo a tal senhora voltando atrás no que disse, a gente fica com a pulga atrás da orelha, né?
Sabe-se lá do que o ser humano é capaz...
Entendo sua preocupação com o espaço, mas torço pra que eles possam ir se acalmando e aceitando a nova casa.

Beijos e que São Francisco abençoe cada um de vocês,

Diulara e família felina

Blog da Pink disse...

O que eu não entendo é porque só agora ela resolveu reclamar? Acho que ela deveria ter tentado conversar com você desde o começo da família Sarnowski, com certeza ela deve ver que você tem e cuida muito bem de muitos animais e deveria te ajudar a manter os gatinhos ali em paz e segurança.
Eu sofri enquanto o meu Martim era vivo porque ele fazia nº 2 nos jardins das vizinhas, destruía ninhos de passarinhos das árvores dentro do quintal desses vizinhos e, bebia água das piscinas, dormia dentro das casas e eu não sabia o que fazer! Só ouvia as reclamações e pedia desculpas, não tinha como prendê-lo em casa e quando nos mudamos ele entrou em depressão! Teve que tomar fluoxetina durante um tempo mas logo encontrou um jeito de infernizar os novos vizinhos! Muitas vezes eu chegava em casa e ele estava sentadinho na varanda do vizinho que tem mania de limpeza e não gosta de amimais! Infelizmente ele não viveu muito (insuficiência renal) mas a minha vida ficou mais fácil quando ele partiu, foi o meu único consolo.
E se você convidasse a vizinha para conhecer a sua bicharada e visse todo o trabalho e dedicação aos animais que vocês têm? É sempre melhor se unir à inimiga...
Espero que vocês se entendam e os Sarnowski possar viver felizes.
Beijos
Laís

Milene disse...

Nossa Gisa, que loucura essa estória!
Eu espero que realmente o que ela disse tenha sido só um comentário muito infeliz e que ela possa ter paciência e colaborar para que vcs possam resolver a situação.
Bjs e força por aí!

Beth disse...

Gisa querida, deixe os Sarnowskis viverem como estão.
Arrependo-me de ter feito a vontade das vizinhas lambedoras de calçadas e trancafiado os gatos na tal de "Hauskatzen" que é muito bonitinha para fazer historinhas para postar, mas que transtorna minha vida. Se tivesse deixado os gatos assumirem suas vidas reais, não teriam se tornado uns enormes bobões que passam seus dias olhando uns para as caras dos outros ou comendo e dormindo. Isso é vida? E, ainda assim três deles, escalam as cercas e vão justamente aprontar nas casas dos vizinhos que os detestam...
Não te assustes, continuo adoradora de gatos, mas os prefiro livres (desde que castrados), subindo em árvores, derrubando potes de flor, tomando água da chuva e, por que não, fazendo xixi nas roupas da vizinhança e depois de tudo, voltando para o nosso aconchego!
Beijinhos,
Beth

Arte dos Gatos disse...

Nossa, fiquei com o coração apertado, imagino a situação de vocês! Mas foi bom vocês falarem com essa vizinha, pra ela ficar esperta e não fazer bobagem!
Tomara que dê tudo certo!
bj
Si

Marilia disse...

Espero que não façam nada de mal a eles, embora a gente saiba que animais soltos correm risco toda hora!

Cristina Altheia Bortoli disse...

Coitadinhos? Dispensa-se comentários como estes, porque eles não têm nada de vítimas e não precisam de ações como estas, de alimentá-los e serem ameaçados, esta e uma infinidade de pessoas precisam entender que é crime e serão punidas com sua crueldade. Se foi da boca para fora, palavras tão odiosas, que ela mude seus pensamentos e atitudes.

Aqui tenho um casal de vizinhos, que moram no apartamento no mesmo andar, que se incomodaram em ver meus filhos no corredor, simplesmente deram queixa na administração. Cortei qualquer tipo de conversa, nem bom dia, boa tarde, boa noite, e os mantenho dentro do apartamento, pois não sei que atitudes podem tomar. Deixo-os em segurança, longe dos olhos deles.

Nikita disse...

Gisa, é complicado mesmo, tem gente que é estranha mesmo e não sabe que diz. Talvez ela tenha ficado com receio de falar para o seu marido sobre dar veneno aos gatinhos com medo das consequências. Sei lá, né? Só sei que as pessoas podiam ao menos respeitar quem gosta e cuida dos animais.

Bjs, Néia e Nikita

Ana, Anjogatos disse...

Fica dificil prever como essa pessoa vai se comportar, mas enfim vou torcer para tudo ter um final feliz. Bjs

Unknown disse...

Ao que parece tudo está se ajeitando e a vizinha mais calma. Ainda bem. Melhor para todos e principalmente para os gatos.
Na torcida para que a paz reine em definitivo e os peludos possam se sentir livres.
bj

Karina disse...

Esperamos que a família se adapte a uma vida indoor. Sabemos o quanto os gatos gostam de liberdade, mas talvez não seja má ideia deixá-los reunidos num espaço só. Fico com muito medo de gatinhos que vão pra rua pois não dá pra confiar nas pessoas.
Beijos