sábado, 10 de janeiro de 2009

Snowflake



Esta é nossa primogênita felina, encontrada, literalmente, na lixeira.

Era início de outubro de 2004, a noitinha saíamos do edifício em que então morávamos quando vi, em cima da lixeira aberta ali existente, um gatinho branco imundo dividindo restos de lixo com um cachorro de rua.

Este foi meu primeiro sentimento de estranheza - normalmente gatos fogem de cães como o diabo foge da cruz e aquela coisinha não demonstrava o menor temor, nem agressividade em relação ao focinho!

Quando virou-se para mim, vi aquela carinha totalmente chata e mais me surpreendi: era um gatinho persa.

Meu marido chegou a falar em pegá-lo e levar a um veterinário, pois era totalmente visível que o bichinho estava com intensa diarréia.

Ocorre que estávamos de saída para a apresentação de meu filho caçula (Francisco) na FAMAR - Festival Artístico Marista, festividade promovida anualmente pela sua escola. Pensamos em deixá-lo no apartamento, mas o mesmo era pequeno, lá estava o Flocky e ficamos com receio de que se estranhassem.

Quando retornamos, não mais vimos o gatinho.

No dia seguinte conversando com algumas crianças do prédio, disseram que o filho de um dos vizinhos havia dito que pretendia pegar o gatinho, porque era de raça e poderia vendê-lo!!!

Passaram-se mais alguns dias, sendo que um deles foi muito chuvoso, o que deixou a mim e a Tati de coração apertado, pensando que o bichinho podia estar na rua, fraco e exposto àquele tempo.

No dia seguinte ao da chuva, no início da noite, eu e Tati ouvimos miados e, sem muita explicação, visto que havia vários gatos na vizinhança, logo pensamos no gatinho e demos uma volta no quarteirão, tentando ver de onde vinham os miados.

Ao retornar a nosso edifício escutamos novamente os miados: vinham do boxe de estacionamento do nosso prédio!

Em um canto havia um espaço gradeado, onde eram guardadas bicicletas e ali estava o gatinho.

Indagando às crianças do prédio, descobrimos que o tal vizinho que pretendia lucrar com o bichinho havia conseguido pegá-lo e prendera ali.

Sugeri que Tati fosse até o vizinho e dissesse que, se não quisesse mais o gatinho nós estávamos dispostos a cuidá-lo.

Tati fez isso e voltou dizendo que a mãe do rapaz falou que ele pretendia levá-lo para sua casa e ficar com ele (o rapaz era casado e morava em outro local).

Tati ficou muito triste, mas com meu sentimento fatalista falei: não te preocupa, se for melhor para ele, ele ainda virá para nós.

Nunca minha intuição foi mais forte, no dia seguinte, à noite, a vizinha bateu em nossa porta com o gatinho em uma caixa, dizendo que a nora estava grávida e que, por isso, não iam ficar com ele.

Assim chegou Snowflake, ou simplesmente Snow, em nossa casa e nossa vida.

Foi logo se chegando para o Flocky que latia para ele, mas quando o gatinho chegava mais perto, fugia!

No dia seguinte levamos Snow no veterinário e descobrimos que era uma gatinha e não um menino.

Seu estado era muito crítico, quase pele e osso, sofrendo de diarréia constante. Tinha muito mais cabeça que corpo. O veterinário sequer arriscou tentar estabelecer sua idade e não deu maiores garantias de que sobrevivesse.

Começou aí nossa batalha para salvar Snow. Ela tinha muito apetite, mas a diarréia não lhe permitia assimilar os nutrientes.

Após tentar várias rações, foi sugerida na pet shop onde compro, a Sensible da Royal Canin, que até hoje (infelizmente $$$) é a única ração que Snow come.

Com algumas recaídas, especialmente nos primeiros meses, Snow cresceu e hoje, apesar dos cuidados que requer, é uma linda e doce gatinha.

Possivelmente em razão de seu início sofrido de vida, Snow nunca entrou no cio, apesar de já estar com quase 5 anos de vida. Este fato até me deixa feliz, por não precisar fazê-la passar por uma cirurgia de castração.

Outro fato em relação a Snow que me faz pensar em destino, é que ela praticamente não mia. Apelidamos seu poucos e quase inaúdíveis miados de "miados não sonoros da Snow". Como, naquele dia em que a prenderam no boxe do edifício ela miou forte o suficiente para que a escutássemos de nosso apartamento? Talvez São Francisco saiba a resposta.

Flocky

Lendo inúmeros sites de gateiras, senti-me um pouco menos “diferente” em meus sentimentos pelos animais, em especial os gatos, animais objeto muitas vezes de verdadeiro ódio por parte de muitos seres dito “humanos”.

O espírito de camaradagem, troca de experiências e carinho de tais blogueiras, levou-me a pensar: porque não criar meu próprio blog?

Com o apoio (principalmente técnico, face minha ignorância na área) de minha filha gateira, Tati (cujo nome, casualmente, foi inspirado no de uma gatinha de minha cunhada) resolvi pôr mãos à obra!

Meu modesto objetivo é contar algumas histórias dos mil miados que habitam minha vida (além dos dois focinhos) e, sempre que possível auxiliar na divulgação de acontecimentos locais relacionados aos animais (seminários, feiras de adoções, animais para adoção, etc.)


COMO TUDO COMEÇOU ...

Por incrível que pareça, apesar do título do blog, nossa família animal atual começou com um focinho!

Em maio de 2002 uma amiga muito especial disse que uma vizinha sua estava, a pedido de seu irmão, procurando alguém que realmente amasse animais, a fim de doar um filhote de poodle.

Naquela ocasião morávamos em um apartamento e há pouco tempo havíamos perdido Polan, nossa cachorrinha de 17 anos.

Assim surgiu Flocky em nossas vidas, com 4 meses recém completos, vindo diretamente de Santa Catarina onde morava seu ex-dono (apesar de ser riograndino), após uma longa viagem de carro.

Talvez por tal exaustiva viagem na infância, até hoje Flocky odeia andar de carro, mesmo pequenas distâncias, chorando o tempo todo!

No próximo dia 23 de janeiro, nosso primogênito completa 7 aninhos e é um menininho muito fofo e mimado.



E os miados? Não se preocupem, alguns anos depois começaram a chegar: um a um ou em grupos, sempre de forma inesperada e não programada, mas ocupando rapidamente nossos corações ...