Lendo um post no Ao Pé do Fogão, blog da amigateira Cris Bortoli, resolvi falar sobre minha experiência com a convivência entre cães e gatos.
O maior exemplo de união entre as duas espécies que vivenciei foi entre Rocheteau e Polan (cãezinhos de pequeno porte) e Portuga (Tuguinha) e Sarará (Sará) (um frajolinha e um pretinho, filhos de uma gata siamesa que teve um tórrido caso extraconjugal com um legítimo SRD, o que quase valeu o olho da rua para os filhotes e os trouxe para nós... Bom, isto é assunto para outro post.)
Os quatro passaram a maior parte de suas vidas juntos e, inclusive, costumavam dividir a mesma caminha. Fizeram parte de nossa vida no início do casamento e Tati cresceu com eles. Tuguinha e Sará eram seus companheiros de folguedos domésticos; neste momento me vem à memória ela, com cerca de um ano, colocando um dos dois em uma das cadeirinhas de seu balanço duplo e se instalando na outra. Eu nunca vi gatos mais queridos e pacientes; nunca se negavam a participar das brincadeiras, nunca deram o menor arranhão na pentelhinha, epa, no anjinho (foi mal Tatinha...)
Este é um caso de cães e gatos que começaram a conviver ainda muito novinhos. Saudades dos quatro anjos...
Quanto à turminha atual Flocky, com quase três anos, reinava absoluto em nosso apartamento quando Snow chegou diretamente da lixeira ou, melhor dizendo, não diretamente, mas com uma brevíssima escala. Snow era adolescente e logo procurou "se chegar" ao novo irmão que latia muito de longe mas,"corajosamente", fugia à aproximação da intrusa. Em pouco tempo até os latidos cessaram e, apesar de não viverem grudados e enroscados, convivem pacificamente até hoje.
Tiffany (Faninha para os íntimos) é nossa pastora alemã, que veio para a família com 50 dias, cerca de dois meses após a Snow, quando estávamos para nos mudar para nossa casa atual. Era ainda um bebezão e a convivência das duas sempre foi ótima.
Os demais gatos começaram a chegar quando Tiffany já era adulta e grande, ao contrário do Flocky, e nossos receios e cuidados começaram.
Os primeiros a chegar foram Tchutchuca e filhotes, em março de 2006, e ganharam um apartamento completo que fica em um L do nosso pátio (terreno originalmente pertencente à casa vizinha e que foi adquirido pela pessoa que construiu nossa casa). Mandamos telar a área que ficava entre o muro dos fundos do vizinho e o apartamento e a família ganhou um pátio privativo.
Apesar de conviver amigavelmente com Snow desde bebê, Tiffany demonstrava seu instinto contra gatos estranhos, latindo muito e tentando alcançar os que via em muros, ou em seus passeios.
Durante um bom tempo fiquei com receio e não a deixava no pátio sem supervisão, com medo de que conseguisse atingir os gatinhos através da tela, ou até arrebentá-la. Ela demonstrava ver neles o seu inimigo natural e ficar com seu instinto de caça aguçado. Por mais que tentássemos conversar com ela, dizer que os gatinhos eram amiguinhos, não estava surtindo efeito.
Quem resolveu a situação? Os próprios gatinhos.
Jack foi um dos primeiros: quando Tiffany estava próxima começava a se roçar na tela de um lado para outro e a olhava, miando suavamente; Tiffany se deitava no chão, olhando para ele e, literalmente, ficava choramingando, pois não tinha coragem de atacá-lo.
Esta foi a primeira vez que percebi que, quando o gato se mostra vulnerável e confiante, o cão (pelo menos a nossa Faninha) não tem coragem de atacá-lo.
Nosso Chuvisquinho não costuma dividir o mesmo espaço que Faninha mas, na primeira vez que isso ocorreu, em vez de fugir dela, foi direto ao seu encontro, ronronando e se roçando e ela lhe deu algumas lambidas!
Palito, que costuma dividir o mesmo espaço (ou peças) com Faninha à noite, desde o primeiro encontro desarmou-a da mesma forma.
Mimosa, Mia e Mischa detestam os cães e Vit tem medo deles e foge quando estão por perto.
A bem da verdade Mia e Mimosa se odeiam e as duas também não gostam muito dos outros gatos; são muito ciumentas.
A bem da verdade Mia e Mimosa se odeiam e as duas também não gostam muito dos outros gatos; são muito ciumentas.
Ainda tenho algumas dúvidas:
- Chuvisquinho e Palito terão convivido com cães em sua primeiríssima infância e por isso não os temem?
- Jack e seus irmãos vieram para nossa casa com pouco mais de um mês; minha cunhada tinha uma cadela, mas até virem para nossa casa os filhotes ficavam dentro de uma caixa, não chegaram a conviver diretamente com ela.
- Como souberam a atitude correta a tomar? Instinto? Inteligência?
O que sei é que, quanto mais convivemos com gatos, quanto mais os conhecemos, mais os admiramos e percebemos que ainda temos muito a aprender sobre eles e com eles.