Existe em nossa cidade (como, acredito, em várias outras) a figura dos animais comunitários. São cães e gatos "apadrinhados" por uma comunidade, rua, centro comercial... Tais animais são alimentados, tratados, enquanto permanecem nas ruas; muitas vezes acabam sendo adotados. Os Grupos de Proteção animal consideram tal alternativa preferível ao abrigo público, enquanto/quando não há a possibilidade de adoção.
Durante seus deslocamentos para o trabalho, Tati conheceu um deles, um gato amarelo muito fofo, que começou a chamar de "gatinho da APAE". Ele costuma estar no gramadinho em frente e já havia em um recanto do mesmo, próximo à grade para a rua, potinhos com água e ração. Logo outra gatinha (uma escaminha) juntou-se a ele em alguns horários. Tati começou a também colocar água e ração nos potes quando estavam vazios (nós já temos o hábito de carregar potinhos com ração na bolsa para gatinhos de rua).
Ocorre que, de poucas semanas para cá, os potes existentes foram retirados. Tati estranhou e falei que, possivelmente, a escola não os queria em seu gramado. Tati continuou a levar vasilhas pequenas e colocá-las bem no cantinho, no extremo oposto ao de entrada das crianças, muitas vezes na parte externa do murinho. Registramos que, nas ocasiões em que lá estivemos, nunca vimos crianças interagindo com os gatinhos; eles ficam no extremo oposto ao da entrada da escola e o gramadinho da frente não é utilizado como pátio.
Ontem, após o almoço, fui com ela até lá, onde estava apenas a escaminha. Enquanto a acariciávamos (os dois são gatinhos muito dóceis e carinhosos), uma senhora da escola nos abordou. Disse que sabia que costumávamos alimentar os gatinhos e pediu que não o fizéssemos para que não permanecessem mais por ali; disse que as crianças às vezes "judiavam" dos bichinhos e corriam o risco de serem arranhados por eles; que não eram seus filhos e tinham responsabilidade pelo que lhes acontecesse. Falou que, se continuassem a alimentá-los, teria que mandar "recolhê-los".
Apesar da aparência intransigente da pessoa, cheguei a argumentar que animais eram muito usados, inclusive, como terapia. Outra coisa que cheguei a falar é que, pelo belo estado da escaminha,
ela possivelmente tenha donos (muitos donos de gatos os mantém em
liberdade). Disse-nos que várias crianças faziam tal tipo de terapia, com cavalos...
Por último, falou que, se gostávamos dos bichinhos, deveríamos procurar quem os adotasse, voltando a citar a alternativa de serem "recolhidos".
Nosso receio é que, mesmo que não os alimentemos mais (e não o faremos, pelo receio de que possam ser "recolhidos"), outros o façam...
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Polaco |
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Escaminha e Polaco |
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Polaco (no recanto do gramado) |
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Comendo, na parte externa da mureta |
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Estamos divulgando aqui fotos dos gatinhos, para os interessados em possível adoção e, caso seja visto pelos provavelmente existentes donos da escaminha e, mesmo, do Polaco, eles procurem prendê-los antes que algo de ruim lhes aconteça.