Estou indignada!
Hoje, no horário do almoço, estava levando a refeição dos gatinhos do gatil, quando ouvi miados desesperados de filhote e vozes de criança vindas do lado da lavanderia, falando coisas tipo: segura o gatinho; olha o que aprontaste, etc...
Saí correndo atrás do meu marido que tem mais diplomacia para certas situações. Ele logo subiu na laje e uma menina maior estava começando a descer por uma árvore para o pátio vizinho, enquanto outra menor estava lá embaixo, já segurando (quase esmagando) o pobre Trakinas!
Meu marido foi logo dizendo para devolvê-lo e mais: sou eu que alimento; eu que levanto de madrugada, quando o tempo está ruim, para ver se o abrigo está resistindo e eles estão bem (e ele faz isso, meeesmo), portanto eles são meus!
Depois, no seu estilo diplomático (soprar, depois de morder), disse que eles eram muito novinhos; que, se depois que crescessem mais um pouco, elas quisessem um gatinho, tudo bem.
O motivo de minha indignação é que Sarninha era desses vizinhos (apesar de uma das meninas haver dito há poucos dias para meu marido que não) e apareceu lá em cima, ainda filhotona, fraca e desnutrida. Por que ela foi ficando por lá, onde teve suas ninhadas? Porque conseguiu um abrigo (mesmo que improvisado) e alimento.
Como esperavam manter um filhotinho de pouco mais de um mês, separando-o da mãe? Obviamente queriam um brinquedinho, mas possivelmente iriam quebrá-lo...
Eu já criei filhotinhos com menos idade que Trakinas, mas com orientação do veterinário, com alimentação apropriada.
Estou consciente de que o que podemos oferecer à família Sarnowski não é o ideal, que eles merecem um lar de verdade, mas deixar Trakinas na mão daquelas crianças, que invadiram nossa casa para pegá-lo e não teriam a menor condição de criá-lo, seria um crime.
Pronto, desabafei!