quarta-feira, 6 de junho de 2012

Animais comunitários - Quem ajuda e quem não ajuda

Existe em nossa cidade (como, acredito, em várias outras) a figura dos animais comunitários. São cães e gatos "apadrinhados" por uma comunidade, rua, centro comercial... Tais animais são alimentados, tratados, enquanto permanecem nas ruas; muitas vezes acabam sendo adotados. Os Grupos de Proteção animal consideram tal alternativa preferível ao abrigo público, enquanto/quando não há a possibilidade de adoção.

Durante seus deslocamentos para o trabalho, Tati conheceu um deles, um gato amarelo muito fofo, que começou a chamar de "gatinho da APAE". Ele costuma estar no gramadinho em frente e já havia em um recanto do mesmo, próximo à grade para a rua, potinhos com água e ração. Logo outra gatinha (uma escaminha) juntou-se a ele em alguns horários. Tati começou a também colocar água e ração nos potes quando estavam vazios (nós já temos o hábito de carregar potinhos com ração na bolsa para gatinhos de rua).

Ocorre que, de poucas semanas para cá, os potes existentes foram retirados. Tati estranhou e falei que, possivelmente, a escola não os queria em seu gramado. Tati continuou a levar vasilhas pequenas e colocá-las bem no cantinho, no extremo oposto ao de entrada das crianças, muitas vezes na parte externa do murinho. Registramos que, nas ocasiões em que lá estivemos, nunca vimos crianças interagindo com os gatinhos; eles ficam no extremo oposto ao da entrada da escola e o gramadinho da frente não é utilizado como pátio.

Ontem, após o almoço, fui com ela até lá, onde estava apenas a escaminha. Enquanto a acariciávamos (os dois são gatinhos muito dóceis e carinhosos), uma senhora da escola nos abordou. Disse que sabia que costumávamos alimentar os gatinhos e pediu que não o fizéssemos para que não permanecessem mais por ali; disse que as crianças às vezes "judiavam" dos bichinhos e corriam o risco de serem arranhados por eles; que não eram seus filhos e tinham responsabilidade pelo que lhes acontecesse. Falou que, se continuassem a alimentá-los, teria que mandar "recolhê-los".

Apesar da aparência intransigente da pessoa, cheguei a argumentar que animais eram muito usados, inclusive, como terapia. Outra coisa que cheguei a falar é que, pelo belo estado da escaminha, ela possivelmente tenha donos (muitos donos de gatos os mantém em liberdade). Disse-nos que várias crianças faziam tal tipo de terapia, com cavalos...

Por último, falou que, se gostávamos dos bichinhos, deveríamos procurar quem os adotasse, voltando a citar a alternativa de serem "recolhidos".

Nosso receio é que, mesmo que não os alimentemos mais (e não o faremos, pelo receio de que possam ser "recolhidos"), outros o façam...

Polaco
Escaminha e Polaco
Polaco (no recanto do gramado)
Comendo, na parte externa da mureta

Estamos divulgando aqui fotos dos gatinhos, para os interessados em possível adoção e, caso seja visto pelos provavelmente existentes donos da escaminha e, mesmo, do Polaco, eles procurem prendê-los antes que algo de ruim lhes aconteça.

10 comentários:

Karina disse...

Espero de coração que esses dois fofos sejam adotados! Não vejo mal algum em cuidar de um bichinho da vizinhança, mas infelizmente nem todas as pessoas pensam assim...
Beijos

Nikita disse...

Ai meu Deus, quanta gente insensível nesse mundo. Nós que amamos os animais sofremos muito com essas atitudes. Deus queira que sejam adotados, antes que sejam "recolhidos". O que ela quis dizer recolhidos?...seria matá-los?...quanto absurdo.

Bjs, Néia

Ana, Anjogatos disse...

Fica dificil até comentar, primeiro acho que essa senhora deveria tentar ensinar as crianças o respeito a um ser vivo, educação vem de casa, mas quando não deveria ser ensinado na escola. Gatos tão lindos logo encontraram guardiões descentes. Gisa e Tati, beijos no corações de vocês, eu as admiro cada dia mais. Familia Leal, bom feriado, fiquem com Deus

Gisa disse...

Queridas, o "recolhimento" seria ao canil municipal, o que é praticamente uma sentença de morte.

Elaine Figueira disse...

Tadinho desses animais. Sofro com animais semi domiciliados ou comunitários, como falamos em São Paulo, uns chutam, outros alimentam, eles ficam sem saber como reagir. Sabemos que não há lares para todos e que o canil municipal e abrigos não são uma opção válida. Além disso tudo, contamos com pessoas tão despreparadas para vida e completamente sem compaixão e que muitas vezes são formadores de opinião, que penso onde o mundo vai parar? A escama de tartaruga parece a minha gata que ama ficar embaixo das cobertas quentinha, aconchegada. E isso me dá muita pena. Espero que o mundo mude, pois atualmente ele (o mundo) me deprime demais

Elaine Figueira disse...

Tadinho desses animais. Sofro com animais semi domiciliados ou comunitários, como falamos em São Paulo, uns chutam, outros alimentam, eles ficam sem saber como reagir. Sabemos que não há lares para todos e que o canil municipal e abrigos não são uma opção válida. Além disso tudo, contamos com pessoas tão despreparadas para vida e completamente sem compaixão e que muitas vezes são formadores de opinião, que penso onde o mundo vai parar? A escama de tartaruga parece a minha gata que ama ficar embaixo das cobertas quentinha, aconchegada. E isso me dá muita pena. Espero que o mundo mude, pois atualmente ele (o mundo) me deprime demais

Milene disse...

Oi Gisa, sempre tem os tortos para incomodar, naõ é mesmo?
Aqui no meu bairro, o comércio local tem por hábito cuidar de cada animal que apareça. Sempre há tigelinhas de água e ração e na medida que é possível muitos são adotados e ganham um lar. Mas alguns são moradores das redondezas há anos. As pessoas se mobilizam e, na falta de adotantes, providenciam casinhas e abrigos, cobertores, veterinários e vai sendo, assim, levada situação. Não são as condições ideais - o certo é que cada um tivesse um dono e casa fixa para morar, mas é melhor do que ser recolhido e morto.
Meu condomínio tem uma gatinha que vive aqui há 2 anos. Eu não sabia se ela tinha dono, era bem cuidada. Fui alimentando e por aqui ela foi ficando. Foi castrada, vacinada e é a melhor amiga dos seguranças da noite. Faz a ronda com eles no colo e dorme abrigada no alojamento deles. Quando chegou por aqui muita gente esperneou, mas a bichinha cativou à todos, principalmente os funcionários do condomínio, que já lhe conhecem o gosto - catchow carne. A malandrinha inclusive se dá ao luxo de beber água na torneirinha da churrasqueira: sobe e espera que lhe abram a bica, hehehe.
No edifício em frente há outra gatinha - a Gigi - que já mora lá nas mesmas condições há pelo menos 8 anos. Também castrada e vacinada, é um amor.

É impressionante: geralmente que não ajuda ainda faz o favor de complicar. Não tem como não se compadecer com o olhar de uma criaturinha tão inocente.

Bjcas

Beth disse...

Que Deus, Buda, Tupã, ou qualquer Outro ou Outra que tenha poder de abrir a mente dos seres humanos o faça, com urgência, pois está difícil suportar a tal espécie "homo sapiens".
Hoje pela manhã, quando estava levando doações para o brechó da ACAPA, frio de rachar, a pé, longe, quando estou quase chegando, um motoqueiro estacionou a moto perto de uma lixeira onde estava um cão, comendo restos de alimentos. Pois o imbecil deu um chute no cão e o pobrezinho correu ganindo. Voltei e enchi o babaca de "elogios". Que fazer?
Imagino quanto o caso dos gatinhos dói nos corações teu e da Tati. São essas coisas que terminam com nossa saúde mental...
Beijos amiga e continuemos defendendo esses anjinhos.

D´iulara disse...

Tem sempre que aparecer alguém para atrapalhar, né?
Céus!
Quanto palpite errado...
Perto da casa de minha mãe tem um gatinho assim, que aparece para filar uma comidinha, beber água... Ele é arisco e não nos deixa pegar, portanto temos que deixar a comida e sair de perto.
E não é que um vizinho sem noção prendeu o gato, de propósito, dentro da garagem dele por dois dias?
Disse que se não déssemos um jeito que iria matá-lo.
Meu irmão foi quem comprou a briga, enfrentou o cara e disse que iria denunciá-lo caso algo acontecesse ao gato.

Gente tapada tem aos montes por aí, não?

Beijos,
Diulara e família felina

Arte dos Gatos disse...

Oi Gisa querida, voltei a postar no blog dos gatos, te espero por lá de novo! Agora quero ver se não abandono mais!
Bj
Si